Venezuela retoma voos de regresso de migrantes ilegais dos EUA
- 02/12/2025
"A Autoridade Aeronáutica (...) recebeu o pedido do Governo dos Estados Unidos para retomar os voos de repatriação de migrantes venezuelanos desse país para a Venezuela (...). Por instruções do Presidente Nicolás Maduro, a entrada no nosso espaço aéreo está autorizada" para um avião que chegará na quarta-feira, "como ocorre periodicamente todas as semanas desde o acordo assinado entre o nosso Governo e a administração norte-americana", referiu a tutela.
Este anúncio surge depois de na sexta-feira o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter afirmado que o espaço aéreo venezuelano devia ser considerado "totalmente fechado".
"Todas as companhias aéreas, pilotos, traficantes de droga e traficantes de seres humanos considerem o espaço aéreo sobre e ao redor da Venezuela como totalmente fechado", escreveu na ocasião o líder norte-americano na sua rede social Truth Social.
Caracas respondeu na mesma altura anunciou que considerava que com esse anúncio a administração norte-americana suspendia "unilateralmente os voos de migrantes venezuelanos que eram realizados regularmente no âmbito da repatriação de venezuelanos migrantes clandestinos" nos Estados Unidos.
O Governo venezuelano salientou que até à data tinham sido realizados "75 voos para a repatriação de 13.956 pessoas".
O anúncio de hoje de retoma dos voos surge também no mesmo em dia em que o Presidente republicano deverá reunir hoje o conselho de segurança nacional para discutir a relação com a Venezuela.
Segundo a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, a reunião servirá para discutir, entre outros assuntos, os ataques dos Estados Unidos, desde setembro, contra embarcações que alegadamente transportam droga na costa da Venezuela.
Desde 01 de setembro, as forças norte-americanas mataram mais de 80 pessoas ao destruírem mais de 20 embarcações alegadamente ligadas ao narcotráfico, maioritariamente da Venezuela, no mar das Caraíbas e no Pacífico.
Os Estados Unidos enviaram navios de guerra e forças militares para a região com Trump a justificar essa medida acusando o seu homólogo venezuelano de liderar um cartel de droga.
Caracas nega e rebate que o objetivo de Washington é derrubar o Presidente venezuelano e colocar as mãos no petróleo do país.
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