UCCLA lamenta instabilidade política na Guiné-Bissau e pede diálogo
- 02/12/2025
"A secretaria-geral da UCCLA lamenta a situação de instabilidade política que se vive na Guiné-Bissau e formula votos no sentido de que o regular funcionamento das instituições no país possa ser restaurado a breve trecho", comunicou a organização numa nota de imprensa.
A UCCLA referiu ainda que a secretaria-geral enalteceu "o valor ímpar do diálogo na resolução de crises, bem como a importância da preservação e da salvaguarda da paz e segurança".
A Guiné-Bissau está suspensa da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), assim como de outra organização regional, a União Africana, em consequência do golpe de Estado em 26 de novembro, quando um Alto Comando Militar tomou o poder, destituiu o Presidente, Umaro Sissoco Embaló, que deixou o país, e suspendeu o processo eleitoral.
As eleições gerais, presidenciais e legislativas, tinham decorrido sem incidentes em 23 de novembro e, um dia depois, o candidato da oposição, apoiado pelo histórico Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), excluído das eleições, Fernando Dias, reclamou vitória na primeira volta sobre Embaló.
Na véspera da divulgação dos resultados oficiais, um tiroteio em Bissau antecedeu a tomada do poder pelo Alto Comando Militar, que nomeou Presidente de transição o general Horta Inta-A.
O general Horta Inta-A anunciou que o período de transição terá a duração máxima de um ano e nomeou como primeiro-ministro e ministro das Finanças Ilídio Vieira Té, antigo ministro de Embaló.
No sábado, foi empossado um novo Governo de transição com nomes do executivo deposto e cinco militares entre os 23 ministros e cinco secretários de Estado.
Hoje, o general Horta Inta-A pediu ao Governo que apresente planos com medidas para os próximos 100 dias.
No golpe, o líder do PAIGC, Simões Pereira, foi detido e a tomada de poder pelos militares está a ser denunciada pela oposição como uma manobra para impedir a divulgação dos resultados eleitorais.
Uma delegação da CEDEAO reuniu-se, na segunda-feira, com as novas autoridades, em Bissau, e, no final do encontro, foi anunciado que os resultados dos contactos serão apresentados à Cimeira de Chefes de Estado e do Governo daquela organização, a 14 de dezembro, onde será analisada a situação da Guiné-Bissau.
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