Trump acusa Governo das Honduras de "tentar mudar" resultados eleitorais
- 02/12/2025
"Parece que as Honduras estão a tentar mudar o resultado das suas eleições presidenciais. Se o conseguirem, pagarão um preço elevado!", escreveu Trump, sem apresentar qualquer prova
Numa mensagem publicada na segunda-feira, na rede social que detém, a Truth Social, o líder republicano considerou imperativo que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) hondurenho termine a contagem dos votos.
Trump afirmou que a vontade expressa pelos eleitores das Honduras "em números esmagadores" deve ser respeitada. "A democracia deve prevalecer!", acrescentou.
Com quase 57% dos votos já contados, dois candidatos de direita estão praticamente empatados: o empresário e ex-autarca da capital, Tegucigalpa, Nasry Asfura, apoiado por Trump, e o apresentador de televisão Salvador Nasralla.
Asfura, de 67 anos, lidera a corrida contra Nasralla, de 72 anos, por apenas 515 votos, após a contagem digital de 57% das urnas, anunciou na segunda-feira, na rede social X, a presidente do CNE.
Ana Paola Hall reconheceu que a estreita margem de vitória, considerando a margem de erro, constitui um "empate técnico", pediu paciência e acrescentou que a recontagem manual dos votos, já em curso, pode demorar vários dias.
Também o Departamento de Estado norte-americano tinha publicado uma mensagem a apelar à "paciência enquanto se aguardam os resultados oficiais". "Os resultados são preliminares e o processo deve continuar até à conclusão", sublinhou.
Muito atrás nos resultados parciais vinha a candidata presidencial de esquerda, Rixi Moncada, de 60 anos, apoiada pelo partido atualmente no poder nas Honduras.
Ainda assim, Moncada garantiu na segunda-feira que as eleições "ainda não estão perdidas" e acrescentou que não reconhecerá nenhum como vencedor até que pelo menos 2.859 atas de apuramento, que alega terem sido adulteradas, sejam revistas.
A candidata reiterou a acusação de "ingerência estrangeira" no processo eleitoral por parte de Trump, que tinha manifestado apoio a Nasry Asfura.
"Poucas horas antes das eleições, [Trump] anunciou o perdão total para o narcotraficante Juan Orlando Hernández, um barão condenado por eles como o principal cúmplice na organização de um cartel criminoso para o tráfico de droga para os Estados Unidos", sublinhou a candidata.
Trump alegou que, "segundo muitas pessoas" que respeita imenso, Hernández foi "tratado de forma muito dura e injusta".
O ex-presidente hondurenho Hernandez foi condenado em 2024 a 45 anos de prisão por tráfico de droga e crimes relacionadas com armas.
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