Surtos e picadas de mosquitos matam 33 pessoas em Cuba (21 são crianças)
- 02/12/2025
Morreram 33 pessoas, das quais 21 são crianças, na sequência de picadas de mosquitos afetados com os vírus dengue e chikungunya, em Cuba. Os dados foram avançados pela Ministra da Saúde, Carilda Pena, que explicou que estes são os casos registados desde julho.
Segundo explicou a governante durante um anúncio feito na televisão estatal na segunda-feira, e citado pela Reuters, a maioria das mortes (21) está relacionada com o vírus chikungunya, que é caracterizado por febres altas e dores incapacitantes nas articulações.
As restantes mortes, 12, decorreram na sequência da infeção por dengue
Segundo foi explicado, a propagação do vírus chikungunya começou em julho na província de Matanzas, tendo-se facilmente alastrado a todas as 15 regiões do país - que tem cerca de dez milhões de pessoas.
O vírus chikungunya foi primeiro identificado em África, nos anos 50. Os sintomas da doença começam a manifestar-se três a sete dias depois da picada. A maioria das pessoas recupera dentro de uma semana, de acordo com o que aponta o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças [Centers for Disease Control and Prevention, CDC na sigla em inglês]. Ainda assim, há quem relate experiências de ter tido dores durante os meses ou até anos seguintes à picada de um mosquito infetado.
E a dengue?
Simultaneamente, a ilha tem também sido afetada por um surto de dengue, dado que o país enfrenta escassez de água potável, alimentos e medicamentos.
A escassez de alguns destes produtos decorre há décadas, mas, de acordo com os especialistas, vive-se agora uma das piores crises económicas nas últimas décadas.
Chikungunya não é uma estreia
Segundo o que é explicado, esta não é a primeira vez que um surto de chikungunya afeta o país, tendo o último sido há mais de dez anos. Em 2014, o surto em causa terá sido contido, no entanto. Não haverá também um tratamento específico para esta doença, a CDC recomenda a vacinação.
Face ao aumento da presença dos mosquitos afetados, a Comissão Europeia autorizou em fevereiro deste ano uma vacina contra o vírus chikungunya para adultos e jovens com mais de 12 anos.
Note-se que já na altura da aprovação desta vacina, a maioria dos casos detetados do vírus cikungunya no espaço comunitário envolveu pessoas que tinham viajado para fora dos países da União Europeia.
O aumento da presença destes mosquitos levou também a aprovações noutros locais do mundo, como no Brasil, onde não tinha sido dada luz verde para uma vacina semelhante.
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