Quanto custa uma greve geral? Este é o impacto económico que pode ter

  • 02/12/2025

Está marcada uma greve geral em Portugal para o dia 11 de dezembro, que deverá ter um "impacto económico significativo" e cujo custo poderá "situar-se entre 600 e 700 milhões de euros", adiantou o presidente da Direção Regional Norte da Ordem dos Economistas, Carlos Brito, ao Notícias ao Minuto

 

O preço de uma greve é uma questão "à qual não é fácil de responder", mas Carlos Brito explicou que, "tendo em consideração o que se sabe de outras greves gerais no nosso país, não há dúvida de que a do próximo dia 11 de dezembro terá um impacto económico relevante, dependendo sobretudo do nível de adesão e da eficácia dos serviços mínimos".

"Com base em estimativas históricas ajustadas à dimensão atual da economia, posso afirmar que o custo direto e indireto de um dia de paralisação, admitindo um nível de adesão global na casa dos 50%, poderá situar-se entre 600 e 700 milhões de euros, fruto de perdas de produção, atrasos em serviços, perturbações na mobilidade e quebras no consumo. No entanto, há que salientar que este impacto não será certamente uniforme, pois haverá setores que serão mais afetados do que outros, o mesmo se passando a nível regional", referiu o presidente da Direção Regional Norte da Ordem dos Economistas.

Na prática, a "redução da atividade será particularmente visível na administração pública, saúde, educação, transportes e logística, setores com um elevado efeito sistémico de paralisação no funcionamento geral da economia".

"Por exemplo, a suspensão da atividade nos transportes terá um impacto muito relevante em tudo o que tem a ver com cadeias de abastecimento e de distribuição. Isto significa que o custo da greve não decorre apenas dos prejuízos que a redução do nível de atividade económica venha causar no próprio dia 11 de dezembro. A esses, há que acrescentar os danos que a prazo se farão sentir ao nível da confiança dos consumidores, do investimento e da perceção internacional de estabilidade laboral", considerou Carlos Brito.

Quais serão os setores mais afetados? 

Carlos Brito explicou que os "setores mais afetados serão aqueles que dependem mais da presença física dos trabalhadores", mas, "por outro lado, numa lógica de luta laboral, sabe-se que os sindicatos tendem a apostar mais naqueles setores com maior impacto na vida diária dos portugueses".

"Os transportes são talvez o caso mais paradigmático, com paralisações que afetarão milhões de deslocações, incluindo as de muitas pessoas que, à partida, nem pretenderiam aderir à greve", referiu.

Destaca-se também a educação, setor no qual "também se registará o encerramento de muitas escolas, o que irá afetar gravemente o quotidiano de imensas famílias". O mesmo se diga da saúde e dos serviços públicos em geral – como finanças, justiça, segurança social e autarquias – que deverão operar com fortes limitações. 

Há regiões mais afetadas do que outras?

Carlos Brito disse também que o impacto "será certamente mais profundo nas regiões com maior densidade populacional e uma mais forte dependência de transportes públicos e serviços administrativos".

"As áreas metropolitanas de Lisboa e Porto deverão, por isso, ser as mais afetadas. Por outro lado, zonas turísticas, como o Algarve e a Madeira, poderão sentir efeitos adicionais devido a potenciais perturbações na aviação, com impacto indireto sobre a hotelaria, restauração e outras atividades ligadas ao turismo", explicou.

De referir também que as "regiões do Interior, embora menos afetadas em termos de volume, poderão enfrentar dificuldades acrescidas no acesso a serviços essenciais, agravando fragilidades já existentes relacionadas com a menor oferta de transportes e serviços públicos".

"Há, acima de tudo, que ter bem presente o grande propósito das centrais sindicais ao convocarem uma greve geral: criar o máximo de perturbação possível, não só no domínio específico do funcionamento da economia, mas também ao nível da vida das famílias", apontou ainda o presidente da Direção Regional Norte da Ordem dos Economistas ao Notícias ao Minuto

Leia Também: Das escolas aos hospitais, até onde vai chegar a greve geral de dia 11?

FONTE: https://www.noticiasaominuto.com/economia/2897723/quanto-custa-uma-greve-geral-este-e-o-impacto-economico-que-pode-ter#utm_source=rss-ultima-hora&utm_medium=rss&utm_campaign=rssfeed


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