PS pede audição da ministra sobre vagas por preencher no internato médico
- 02/12/2025
Segundo o requerimento da bancada socialista que deu hoje entrada no parlamento, além de Ana Paula Martins, o PS quer também ouvir sobre as vagas por preencher no internato médico a Administração Central do Sistema da Saúde (ACSS), a Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS), a Ordem dos Médicos e o Conselho Nacional do Internato Médico (CNIM).
"No concurso de acesso à formação especializada de 2025 verificaram-se 469 vagas não preenchidas no internato médico, o que representa o pior resultado dos últimos anos, com impacto direto na capacidade assistencial do SNS", refere o PS no requerimento.
Realçando que ainda não é possível analisar de forma rigorosa porque faltam os números desagregados por especialidade e por unidade de saúde, os deputados socialistas enfatizam que esta é um "fenómeno crescente de vagas não ocupadas em especialidades estruturantes como Medicina Interna ou Medicina Geral e Familiar" e outras áreas críticas, levantando assim "preocupações quanto à sustentabilidade da resposta assistencial"
Para o PS, "é essencial apurar as razões subjacentes a este aumento de vagas por preencher".
Cerca de 20% das 2.331 vagas abertas para os novos médicos escolherem a especialidade ficaram por preencher, anunciou no sábado Federação Nacional dos Médicos (FNAM), alertando para a incapacidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS) em fixar esses profissionais.
"Isto confirma uma tendência que já tínhamos identificado: que o Serviço Nacional de Saúde continua a perder capacidade de atrair e fixar médicos mesmo numa fase tão precoce como a escolha da especialidade, apesar do número elevado de vagas abertas", adiantou à Lusa a presidente da federação sindical.
Em causa estava um total de 2.331 vagas iniciais disponibilizadas para as várias especialidades a ocupar nas unidades dos SNS que vão receber os novos médicos, cuja formação especializada tem início a partir de 01 de janeiro de 2026.
No domingo, a Ordem dos Médicos alertou que estas vagas que ficaram por preencher no concurso do internato demonstram a "crise estrutural" que se verifica em especialidades essenciais para o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
No mesmo dia, a ACSS considerou que os três médicos a mais que entraram no concurso de internato em relação ao ano passado são um sinal positivo, apesar de 20% de vagas terem ficado por preencher.
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