Paz na Ucrânia? 28 pontos tornam-se 20 e cedência territorial divide
- 02/12/2025
A nova versão do acordo de paz, que os Estados Unidos terão levado, esta terça-feira, à Rússia, tem agora apenas 20 pontos, em vez dos 28 iniciais. A informação foi adiantada por Volodymyr Zelensky numa conferência de imprensa, em Dublin, na Irlanda, após uma reunião com o taoiseach (chefe do governo irlandês).
O presidente ucraniano afirmou que os oito pontos foram eliminados durante conversações em Genebra e que a proposta foi "finalizada" este fim de semana, no encontro com a delegação norte-americana, na Florida, Estados Unidos.
"Algumas coisas ainda precisam de ser resolvidas", acrescentou ainda, citado pela Sky News.
Apesar de não se sentir preparado para partilhar "todos os pontos do plano", Zelensky confessou quais as "questões e desafios sensíveis e difíceis" do acordo: cedências territoriais, o uso dos ativos russos congelados (uma decisão que, diz o presidente, precisa de envolver os dirigentes europeus) e a aliança de países que pretende apoiar um futuro acordo de paz na Ucrânia.
Zelensky reage hoje aos resultados da conversa com o Kremlin
O presidente ucraniano considerou que este está a ser "um dos momentos mais desafiantes e, no entanto, ao mesmo tempo, otimistas" para a paz na Ucrânia. "Mais do que nunca há uma chance de acabar com esta guerra", realçou.
A confiança de Zelensky, no fim do conflito, acontece no dia em que o enviado especial da Casa Branca, Steve Witkoff, e Jared Kushner (genro de Donald Trump) se encontram com Vladimir Putin para lhe apresentar a nova proposta de paz entre a Ucrânia e a Rússia.
O encontro deverá ter começado por volta das 14h00.
Segundo a CNN Internacional, Witkoff e Kushner encontraram-se com um representante do Kremlin, Kirill Dmitriev, no centro de Moscovo. Os três almoçaram num restaurante com estrela Michelin e depois deram um pequeno passeio pela Praça Vermelha, antes de entrarem no Kremlin para darem início à reunião. É lá que ainda deverão estar.
Sobre este encontro, Zelensky afirmou que espera ser contactado imediatamente após a reunião entre os enviados norte-americanos e os representantes russos.
"Estou preparado para apoiar todos os sinais [que trouxerem o fim da guerra], estou preparado para me encontrar com o presidente Trump", sublinhou o presidente ucraniano. "Tudo depende das conversas de hoje", acrescentou, afirmando que vai reagir ainda esta terça-feira às negociações entre Washington e Moscovo "de acordo com os resultados".
"Nós temos de terminar com a guerra de tal maneira, que a Rússia não regresse, com a terceira invasão em dez anos", acrescentou, frisando que é preciso um plano de paz "aberto e justo" e que não seja discutido "nas costas da Ucrânia".
Zelensky mostrou-se disponível para continuar o diálogo com os Estados Unidos, que estão a mediar as negociações de paz e, em particular, com Steve Witkoff. "Se eu sentir que podemos contar com diálogo genuíno e não apenas palavras, vamos encontrar-nos e ele é muito bem-vindo à Ucrânia", afirmou, deixando a ressalva de que não é provável que isto aconteça nos próximos dias.
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