ONG pede que Hong Kong pare repressão e instaure investigação após fogo

  • 02/12/2025

"O Governo de Hong Kong deve garantir uma investigação transparente e a responsabilização por atos ilícitos relacionados ao incêndio residencial que matou pelo menos 151 pessoas e feriu 79", defendeu hoje a organização não-governamental (ONG).

 

Na quarta-feira passada, um incêndio deflagrou no complexo residencial Wang Fuk Court, que era alvo de obras de manutenção. Investigações preliminares dão conta da existência de materiais de construção nos edifícios afetados, que não atendiam às normas de segurança contra incêndios.

O diretor para o crime e segurança da polícia de Hong Kong, Joe Chan Tung, disse na segunda-feira à imprensa que uma "investigação aprofundada foi imediatamente aberta por homicídio culposo", o que "levou à detenção de 13 pessoas, 12 homens e uma mulher".

A HRW vem agora pedir às autoridades de Hong Kong para que estabeleçam uma comissão independente para investigar o incêndio, "parem de reprimir críticas e retirem as acusações contra três pessoas detidas por ativismo pacífico".

"O incêndio no Wang Fuk Court levanta sérias preocupações sobre a repressão do Governo chinês ao que foi a imprensa livre, o órgão legislativo democrático e a vibrante sociedade civil de Hong Kong, e o impacto sobre a supervisão governamental e segurança", declarou a diretora da HRW para a Ásia, Elaine Pearson.

"É extremamente importante não tratar como criminosos aqueles que exigem respostas pelo trágico incêndio", continuou, notando que tem havido crescentes exigências para que o Governo preste contas sobre o sucedido.

No comunicado, lê-se ainda que os residentes do Wang Fuk Court já tinham protestado contra a contratação de uma empresa de manutenção "com um histórico de má execução, alegando manipulação de licitações e corrupção".

Estes já tinham apresentado reclamações de segurança, incluindo sobre os materiais de construção, "que as autoridades ignoraram", lê-se ainda no comunicado, que cita 'media' locais.

"As autoridades de Hong Kong reprimiram críticas pacíficas e iniciativas populares", indica-se na nota, lembrando que, na sexta-feira, centenas de pessoas se reuniram perto do complexo para distribuir ajuda às vítimas.

No entanto, aponta a ONG, à medida que a iniciativa ganhou popularidade, "o governo enviou a polícia, exigiu que os voluntários se retirassem e mandou trabalhadores do Governo assumirem o controlo do local".

Já no sábado, a polícia deteve Miles Kwan Ching-fung - um estudante universitário que iniciou uma petição online a pedir uma uma investigação independente -, por suspeita de sedição, um crime contemplado na lei de segurança nacional.

Embora tenha sido visto a sair da esquadra da polícia na segunda-feira, a polícia não divulgou informações sobre o caso, refere-se no comunicado da HRW.

Na segunda-feira, continua a organização, o Departamento de Segurança Nacional da Polícia de Hong Kong deteve duas pessoas --- um voluntário que ajudava as vítimas do incêndio e o ex-conselheiro distrital Kenneth Cheung Kam-hung --- sob suspeita de "incitar o ódio contra o Governo".

O Gabinete para a Salvaguarda da Segurança Nacional em Hong Kong, do Governo central, denunciou anteriormente que "indivíduos antichineses e mal-intencionados" espalharam rumores e aproveitaram a tragédia para "satisfazer ambições políticas" e "provocar novamente o caos", um comportamento que descreveu como "contrário à humanidade" e que será objeto de "punição legal".

Leia Também: Número de mortos no incêndio em Hong Kong sobe para 151

 

FONTE: https://www.noticiasaominuto.com/mundo/2897798/ong-pede-que-hong-kong-pare-repressao-e-instaure-investigacao-apos-fogo#utm_source=rss-ultima-hora&utm_medium=rss&utm_campaign=rssfeed


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