MP pede entre 8 a 12 anos para empresários Paulo Malafaia e Elad Dror
- 02/12/2025
Durante as alegações finais no Tribunal de Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto, o procurador do MP considerou que a pena a aplicar ao empresário Paulo Malafaia e ao advogado João Pedro Lopes deve mesmo ser acima do meio do intervalo dos oito a 12 anos de prisão, ou seja, 10 anos.
Por seu lado, o procurador entendeu que a pena a aplicar a Elad Dror, fundador do grupo Fortera, deve ser a meio ou abaixo desse intervalo, ou seja, 10 anos ou menos.
Os empresários Paulo Malafaia e Elad Dror e o advogado João Pedro Lopes, juntamente com o antigo vice-presidente da Câmara de Gaia Patrocínio Azevedo, fazem parte dos 16 arguidos da Operação Babel, relacionada com a alegada viciação e violação de normas e instrução de processos de licenciamento urbanísticos em Vila Nova de Gaia.
O MP sustenta que Elad Dror e Paulo Malafaia "combinaram entre si desenvolverem projetos imobiliários na cidade de Vila Nova de Gaia, designadamente os denominados Skyline/Centro Cultural e de Congressos, Riverside e Hotel Azul", contando com o alegado favorecimento por parte do antigo vice de Gaia, que receberia em troca dinheiro e bens materiais, como relógios.
O procurador considerou que Paulo Malafaia, que esteve cerca de 23 meses em prisão preventiva, tendo sido libertado em abril, faltou à verdade.
"Construiu uma narrativa sem consistência, não contribuindo para a descoberta da verdade", sublinhou.
Dizendo que o empresário deu informações parciais e enganosas, o procurador adiantou ainda que aquele não interiorizou a gravidade dos seus atos.
Quanto a Elad Dror, o procurador entendeu que as suas declarações foram formatadas à sua versão dos factos.
"Agiu com dolo direto e com um grau elevado de ilicitude", vincou.
Também relativamente ao advogado João Pedro Lopes, o procurador referiu que em nada contribuiu para o esclarecimento dos factos.
"Antes pelo contrário, construiu uma história e tentou conduzir o tribunal para um enredo enganoso sem sentido", apontou.
Para dois dos outros arguidos, o MP pediu penas entre os quatro anos e seis meses de prisão e os cinco anos, suspensas na sua execução, e para as empresas, igualmente arguidas, penas de multas.
A Câmara de Gaia, atualmente liderada pelo social-democrata Luís Filipe Menezes, que regressou à câmara e acabou com 12 anos de liderança socialista, desistiu de ser assistente do processo e do pedido da indemnização de 50 mil euros.
[Notícia atualizada às 14h47]
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