Imigrantes contra Ventura? "Não é verdade. Estão connosco"
- 02/12/2025
"Podia-se dizer que os imigrantes estão todos contra o André Ventura e estão todos contra esta candidatura. Não é verdade. Eles estão connosco, os que estão legais, os que querem ter regras, os que sabem que o país precisa de regras. E isto aqui hoje na Amadora foi evidente", tinha dito Ventura aos jornalistas, à porta do centro comercial amadorense, antes de ser abordado por três imigrantes.
Os três, oriundos de Cabo Verde, Brasil e Paquistão, pediram ao candidato presidencial contenção no teor das declarações sobre imigrantes, com o líder do Chega a insistir na necessidade de quem chega a Portugal, "sejam cabo-verdianos, brasileiros ou [imigrantes] do Bangladesh ou Nepal", cumprir regras.
"Quem vem para cumprir, quer regras, quer condições, quer saber que tem um país para o futuro e não um país completamente desorganizado, um país completamente de bandalheira", defendeu.
Ventura disse condenar "os que vêm ilegalmente", mas também "os que vivem à custa da exploração" destes imigrantes, sejam "autoridades, políticos, empresários".
"Nós não temos medo de vir aqui. Eles [imigrantes] sabem que nós queremos regras para todos. Estamos contra os que exploram, estamos contra que eles venham de forma ilegal e, para vir, têm que estar de forma legal e estamos contra aqueles que exploram. Também estamos contra aqueles que vêm para viver de subsídios. Portanto, as pessoas percebem esta clareza de mensagem", realçou.
"Acho que eles próprios, os que vêm, trabalham, têm as suas lojas, têm os seus trabalhos, os seus empregos, são eles os primeiros a dizer assim 'eu quero que quem venha tenha que cumprir regras, tenha que cumprir a lei e não venha viver de subsídios'", completou.
Antes dos diálogos à porta do Babilónia, onde na sexta-feira foram identificadas duas pessoas com ordem de saída do espaço Schengen numa operação de fiscalização da PSP, Ventura foi abordado por vários imigrantes, apoiantes da sua candidatura, durante a visita ao comércio local na Amadora, dizendo mesmo duvidar que outros colegas seus na Europa fossem "a uma zona" como a que visitou e tivessem o mesmo acolhimento.
"Não são os imigrantes que estão contra nós, são os que estão ilegais, são os que não têm documentos que estão contra nós", reiterou.
As eleições presidenciais estão marcadas para 18 de janeiro de 2026.
Esta é a 12.ª vez (incluindo as duas voltas das eleições de 1986) que os portugueses são chamados, desde 1976, a escolher o Presidente da República em democracia.
Além de André Ventura (apoiado pelo Chega), às eleições presidenciais anunciaram, entre outros, as suas candidaturas António Filipe (com o apoio do PCP), António José Seguro (apoiado pelo PS), Catarina Martins (apoiada pelo BE), João Cotrim Figueiredo (apoiado pela Iniciativa Liberal), Jorge Pinto (apoiado pelo Livre) e Luís Marques Mendes (com o apoio do PSD) e Henrique Gouveia e Melo.
Segundo o portal da candidatura, do Ministério da Administração Interna, há mais 31 cidadãos que se encontram a recolher assinaturas para uma candidatura à Presidência.
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