Homem condenado por homicídio executado em público no Afeganistão
- 02/12/2025
O Tribunal Supremo afegão anunciou em comunicado que o homem foi executado na presença das autoridades e de "um grande número" de habitantes da cidade de Khost.
Na segunda-feira, as autoridades locais convocaram a população, proibindo as câmaras e os telemóveis para evitar a divulgação de imagens.
O gabinete de imprensa provincial disse que o condenado era "um assassino" e que estava relacionado com um massacre ocorrido no passado mês de janeiro no distrito de Alisher, no qual dez pessoas, incluindo três mulheres, todas da mesma família, foram mortas.
O homem foi executado depois da família das vítimas se ter recusado a perdoá-lo, comunicou o Supremo Tribunal, evocando a interpretação da lei islâmica em vigor no Afeganistão.
As autoridades judiciais do regime talibã condenaram à morte dois outros homens no mesmo caso, mas as suas execuções foram adiadas.
As execuções públicas foram comuns durante o primeiro regime talibã (1996-2001) mas, segundo uma contagem da agência France-Presse, o número diminuiu desde que os talibãs regressaram ao poder, em 2021.
Até ao momento, onze homens foram executados a tiro em várias províncias do país.
O Relator Especial da ONU para os Direitos Humanos no Afeganistão, Richard Bennett, disse hoje que as execuções são "desumanas, cruéis e uma forma invulgar de punição, contrária ao direito internacional".
Desde agosto de 2021, as autoridades têm realizado castigos públicos por outros crimes, como roubo, adultério e consumo de álcool.
As ordens de execução são assinadas pelo líder supremo talibã, o emir Hibatullah Akhundzada, que vive num bastião a sul de Kandahar e governa o país através de decretos ou instruções.
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