Gala dos Dragões com muita emoção (e lágrimas) ao recordar quem partiu
- 02/12/2025
Pedro Teixeira participou na gala dos Dragões de Ouro e foi quem apresentou um dos momentos mais emotivos da noite: a homenagem a quem já partiu.
Imagens de Diogo Jota, André Silva, Jorge Costa e Pinto da Costa passaram num grande ecrã enquanto cantores subiram ao palco numa atuação cheia de emoção, que começou com as vozes de FF e Soraia Tavares.
Na plateia não passou despercebida a emoção nesta homenagem que foi recebida com um aplauso de pé de quem estava presente. Entre o público estava a companheira de Jorge Costa, Estela Rito, que ficou lavada em lágrimas.
𝑴𝒆𝒎𝒐́𝒓𝒊𝒂𝒔 𝒒𝒖𝒆 𝒏𝒂̃𝒐 𝒅𝒆𝒊𝒙𝒂𝒎𝒐𝒔 𝒑𝒂𝒓𝒕𝒊𝒓#ImortaisPorDireito pic.twitter.com/YtTO8qDQZg
— FC Porto (@FCPorto) December 2, 2025
Estela Rito, aliás, subiu ao palco para receber o Dragão de Ouro-Recordação em nome de Jorge Costa e discursou: "[...] Subimos a este palco com o coração apertado e uma certeza simples: o Jorge merecia estar aqui. Não subimos para enaltecer, mas para o recordar, recordar quem ele foi, um homem íntegro, de uma honestidade rara, discreto e realmente bom.
O Jorge era o melhor marido, pai e o melhor avô do mundo. Era o nosso pilar. Era das pessoas mais honestas e generosas que conheci. É impossível estar aqui sem sentir falta da sua presença, daquele sorriso discreto e tímido, daqueles olhos azuis.
Apesar da sua relevância no futebol, era de uma simplicidade rara. Tão simples que, sem querer, iluminava tudo à sua volta. Ele não precisava de se fazer notar. O Jorge liderava sem ego, inspirava sem esforço. Era assim em casa, no balneário, no mundo. Inteiro, leal, verdadeiro.
O futebol era o seu território natural, mas quem o conhecia de perto sabia que por trás da força havia uma lealdade profunda e um sentido de justiça inabalável. O seu pior defeito era também a sua maior virtude: não saber perder. Foi dessa recusa em aceitar perder, dessa incapacidade de desistir ou baixar os braços, que nasceu o líder, capitão, o homem que todos recordam e que ficará para sempre na memória, no exemplo e na inspiração que deixa.
A todos os que sentem saudades, os que escreveram sobre o Jorge e a todos os que continuam a falar dele, [...] deixamos o nosso carinho e a nossa gratidão mais profunda. Obrigada por não o deixarem desaparecer. Aos adeptos e sócios que esperaram horas no Dragão para se despedirem, aos que gritaram o seu nome, aos que nos acompanharam na despedida final, o nosso mais profundo agradecimento. Essa onda de amor ficará para sempre connosco. Ao coletivo, obrigada por continuarem a erguer a camisola do Jorge. A todos os atletas do FC Porto e equipas técnicas, obrigada pelas manifestações de carinho. Cada presença significou mais do que podem imaginar.
Gostava, no entanto, de fazer menções a dois atletas que, por detalhes simples, permaneceram na minha memória. Ao nosso capitão Diogo Costa, obrigada pela delicadeza e simplicidade com que sempre me cumprimentou. Vejo neles traços do Jorge: humildade, gentileza, ausência de ego. Tal como o Jorge, é e deverá ser uma referência para s gerações futuras.
À nossa jogadora Adriana Semedo. Obrigada por sentires falta do Jorge quando olhas para a bancada. Por te lembrares dele, por teres saudades. As tuas palavras emocionaram-me e refletem o compromisso que ele tinha em elevar o clube em todas as frentes.
[...] Queremos aproveitar para agradecer à direção do FC Porto e, em particular, ao presidente André Villas-Boas. Este agradecimento peca por tardio. A dor e a falta de disponibilidade emocional às vezes deixa-nos ausentes do que deve ser dito. Presidente, obrigada pela forma como cuidou de nós, pela sua competência humana, por nos ter estendido a mão quando mais precisámos. Por todas as horas em que permaneceu de pé em homenagem ao seu amigo, numa dignidade que jamais esqueceremos.
O presidente não sabe, mas fui buscar forças à sua força. Copiei a sua postura, quis dar ao Jorge a despedida que ele merecia. [...] Talvez no coração do presidente existam dúvidas, talvez culpa ou o pensamento de que se o Jorge não tivesse regressado ao FC Porto ainda estaria connosco. Gostava de acalmar o seu coração e dizer que a nossa família acredita que nada acontece por acaso.
O Jorge esperou 20 anos para regressar a casa. Regressou graças ao presidente André. Voltou quando o clube mais precisava dele. Essa é a nossa convicção. O regresso do presidente e do Jorge ao FC Porto foi, acima de tudo, um ato de amor e coragem."
Veja e ouça aqui o discurso completo da viúva de Jorge Costa.
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