Declarado fim do surto de Ébola na província de Kasai na RDCongo
- 01/12/2025
"Em nome do Governo --- e tendo em conta todos os indicadores científicos e operacionais que confirmam que a cadeia de transmissão do vírus foi interrompida --- declaro oficialmente o fim do 16.º surto de Ébola na República Democrática do Congo", afirmou o ministro da Saúde Pública, Higiene e Bem-Estar Social, Samuel Roger Camba.
A resposta rápida e coordenada do Ministério da Saúde, com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS) e parceiros, foi fundamental para travar a propagação do vírus, que afetou a Zona de Saúde de Bulape, uma comunidade rural com infraestruturas limitadas de estradas e telecomunicações.
No total, foram registados 64 casos (53 confirmados, 11 prováveis) e 45 mortes durante o surto.
Um total de 112 especialistas da OMS e profissionais de saúde da linha da frente foram mobilizados para apoiar as autoridades nacionais na rápida ampliação e sustentação da resposta. Mais de 150 toneladas de material e equipamento médico foram entregues para proteger os profissionais de saúde e as comunidades.
"Controlar e terminar este surto de Ébola em três meses é um feito notável. As autoridades nacionais, os profissionais de saúde da linha da frente, os parceiros e as comunidades agiram de forma rápida e unida numa das localidades de difícil acesso do país", afirmou Mohamed Janabi, diretor regional da OMS para África.
E acrescentou: "A OMS orgulha-se de ter apoiado a resposta e de ter deixado para trás sistemas mais robustos, desde a água potável a cuidados mais seguros, que protegerão as comunidades muito depois do fim do surto".
Este foi o 16.º surto no país desde que a doença foi identificada em 1976. Os surtos anteriores na província de Kasai ocorreram em 2007 e 2008.
A doença pelo vírus Ébola é uma doença rara, mas grave e frequentemente fatal em humanos. A transmissão de pessoa para pessoa ocorre através do contacto direto com sangue ou fluidos corporais de uma pessoa doente ou que tenha falecido em consequência do Ébola, ou com objetos e superfícies contaminados com fluidos corporais de uma pessoa doente com Ébola ou com o corpo de uma pessoa que morreu em consequência do Ébola.
Com o fim do surto declarado, os esforços estão agora a concentrar-se na vigilância integrada de doenças, em vez da vigilância específica do Ébola.
A OMS continua a trabalhar em estreita colaboração com as autoridades nacionais e provinciais para manter a vigilância e garantir a preparação, bem como uma resposta rápida e eficaz em caso de novos surtos.
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