Chamam-lhe "Gucci Gang". Máfia irlandesa espalha terror na Premier League
- 01/12/2025
É um fenómeno que tem vindo a propagar-se cada vez mais, na Premier League, e que ameaça intensificar-se, já nas próximas semanas. Algumas das principais estrelas do futebol inglês têm vindo a ver as respetivas casas assaltadas, resultando em milhões de libras perdidas em dinheiro e objetos de luxo.
Uma investigação levada a cabo pelo jornal britânico The Sun concluiu que grande parte destes crimes tem vindo a ser orquestrada por Glen Ward, cidadão irlandês mais conhecido por "Mr. Flashy", devido à maneira vistosa como costuma apresentar-se, e que está, atualmente, a cumprir uma pena de prisão efetiva de cinco anos e meio, por disparos efetuados com uma arma semi-automática, numa festa que teve lugar numa residência, em Dublin.
O conhecido criminoso é apontado como o líder do denominado "Gucci Gang", um dos mais populares grupos de criminalidade organizada da República da Irlanda, com ligações à ao cartel de Kinahan, cuja 'guerra aberta' com a família Hutch, também ela dedicada a atividades de máfia, já resultou em, pelo menos, 18 mortos.
O 'modus operandi' é já sobejamente conhecido pelas autoridades inglesas, e passa por acompanhar a atividade dos futebolistas, ora através das redes sociais, ora através de observação direta, identificando os momentos nos quais estes se encontram nos respetivos domicílios, para, depois, os invadirem, muitas vezes, com a ajuda de grupos albaneses.
Por norma, os meliantes levam a cabo os assaltos quando as casas estão ocupadas, visto que isso significa que os sistemas de alarme estão desligados, sobem até ao quarto principal (onde sabem que os bens mais valiosos estão guardados) e tentam fugir antes que alguém dê pela sua presença.
O passo seguinte passa por entregar o saque a um avaliador profissional, antes de os transportar, de carro, até à Escócia, de onde seguem rumo a Dublin, através do Mar da Irlanda. Aí, o famoso "Gucci Gang" troca-os por dinheiro, drogas ou armas, de maneira a que nunca mais sejam encontrados.
"Os criminosos estão de olho nas contas de Instagram dos jogadores e das suas parceiras"
A publicação cita uma fonte conhecedora do processo, que explica tudo ao detalhe: "Os criminosos estão de olho nas contas de Instagram dos jogadores e das suas parceiras. Eles identificam relógios, colares e malas, para que saibam aquilo de que estão à procura, quando decidem invadir as casas".
"Quando fogem, usam um 'dealer' legítimo, a quem confiam a tarefa de dar uma estimativa de quanto os objetos valem. Isso fixa o preço, e, depois, são levados, de carro, para a Escócia, e levados, pelo mar, para a Irlanda. Ou mantém as coisas, se as quiserem, ou as vendem na Irlanda ou na Europa, onde têm grandes ligações com Espanha", pode ler-se.
"Eles gostam de vender as coisas em euros, porque a maior nota é a de 500, ao passo que, em Inglaterra, é de apenas 50 libras, e toda a gente sabe como é vista quando tentam usar uma. Fazer um relógio passar por uma fronteira é muito, muito mais fácil do que transportar um monte de dinheiro", prossegue.
"Podes, simplesmente, usá-lo no pulso e colocar uma manga por cima. Isso pode ser o equivalente a andar com 500.000 libras [569.060 euros] no pulso", completa a mesma fonte, que avisa que os assaltos podem vir a aumentar, dentro em breve, devido às celebrações das quadras festivas.
Jogadores estão aterrorizados
Um dos casos mais mediáticos teve lugar em dezembro de 2023, quando um grupo de assaltantes invadiu a mansão de Jack Grealish, em Cheshire, enquanto este jogava pelo Manchester City. No local, encontrava-se a sua mulher, Sasha Attwood, assim como dez outras pessoas, que não deram pelo roubo de mais de um milhão de euros em bens.
Já no passado mês de novembro, Raheem Sterling, avançado do Chelsea, apanhou os criminosos em flagrante, já dentro de sua casa, tendo conseguido 'espantá-los'. Alexander Isaak, do Liverpool, investiu, recentemente, quase 35 mil euros num cão de guarda, para procurar evitar por 'sustos' desta natureza.
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