Bulgária retira proposta orçamental polémica após protestos massivos
- 02/12/2025
A oposição e grupos empresariais já tinham alertado que os planos para aumentar os impostos, contribuições para a segurança social e despesas públicas poderiam prejudicar o investimento e expandir a economia informal, à medida que o país se prepara para aderir à zona euro no início do próximo ano.
O Governo tinha prometido inicialmente retirar a proposta para uma revisão completa após os protestos da semana passada, mas depois se recusou a fazê-lo, o que provocou protestos na capital, Sófia, e noutras grandes cidades na noite de segunda-feira. Os organizadores afirmaram que 50 mil pessoas participaram no protesto em Sófia.
O protesto na capital, predominantemente composto por jovens, foi inicialmente pacífico, mas foi seguido por confrontos violentos.
Saltando e entoando palavras de ordem como "Não permitiremos que nos mintam; não permitiremos que nos roubem" e "Renúncia", os manifestantes exigiram que o Governo revisse a proposta ou se demitisse. Em frente ao Parlamento, faixas exibiam as palavras "A Geração Z está a chegar" e "Bulgária jovem sem a máfia".
Os organizadores pediram aos manifestantes que mantivessem o protesto pacífico, alertando que poderiam acontecer provocações e solicitaram que qualquer pessoa que testemunhasse tais atos os registasse.
Mais tarde, porém, as tensões aumentaram quando pequenos grupos de manifestantes se dirigiram aos escritórios dos principais partidos do Governo e começaram a atirar garrafas de plástico e vidro, fogo-de-artifício e pedras contra os edifícios e os polícias no local.
Os confrontos eclodiram entre polícias e jovens vestidos com camisolas de capuz pretas e máscaras, enquanto contentores de lixo foram incendiados e viaturas policiais foram vandalizadas. A polícia, com equipamento antimotim, usou gás pimenta contra os manifestantes.
Os serviços de emergência informaram que várias pessoas feridas foram levadas para hospitais, enquanto muitas outras foram examinadas e receberam assistência no local. A polícia informou que 10 pessoas foram detidas.
Os opositores da proposta orçamental argumentaram que o plano de aumento da despesa seria financiado principalmente através de impostos mais elevados para as empresas e os trabalhadores, assim como por um aumento acentuado da dívida pública. Argumentaram que isso estimularia a inflação sem melhorar a eficiência dos serviços públicos.
O Governo havia argumentado que a sua proposta orçamental era necessária para satisfazer a exigência da zona euro, nomeadamente ter um défice orçamental inferior a 3% do Produto Interno Bruto (PIB).
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