Aterra na Alemanha 1.º voo fretado pelo governo com refugiados afegãos
- 02/12/2025
Desde que assumiu o poder em maio e após bloquear o processo durante meses, o governo do chanceler Friedrich Merz tinha permitido que se reiniciassem as entradas de cidadãos afegãos com que a Alemanha se tinha comprometido no governo anterior, mas até agora apenas tinham existido voos regulares.
Além disso, segundo a ONG, que dá assistência jurídica aos refugiados alemães, até agora o governo apenas tinha permitido a entrada aos indivíduos que tinham recorrido aos tribunais para fazer valer o seu direito, após o Executivo se negar a atribuir os vistos, apesar de o Ministério dos Negócios Estrangeiros os ter prometido, de forma vinculativa.
A Kabul Luftbrücke denunciou, por outro lado, que, enquanto espera que o Tribunal Constitucional decida sobre o assunto, o governo continua a atrasar o processo no caso de outros solicitantes de asilo, que tinham recebido garantias, entre os quais estão, por exemplo, pessoas que foram formadores das forças de segurança antes de os talibãs tomarem o poder.
Isto leva a que estas pessoas e as suas famílias podem ficar sem autorização para ficar no Paquistão, onde estão temporariamente, e inclusive arriscam ser deportadas para o Afeganistão.
A ONG quantifica em 1.712 as pessoas com quais as autoridades alemãs se comprometeram a acolher, mas que permanecem retidas, algumas desde há anos, no Afeganistão e Paquistão.
Durante a campanha eleitoral, Merz prometeu que iria acabar com o acolhimento de solicitadores de asilo de Afeganistão, depois de terem ocorrido situações de violência em que estiveram envolvidos cidadãos afegãos.
Porém, a justiça alemã determinou em vários casos que as confirmações de acolhimento decididas a favor de defensores dos direitos humanos ou colaboradores dos militares alemães eram vinculativas.
Mas o governo procurou convencer estas pessoas a não irem para a Alemanha, em troco de um pagamento em dinheiro.
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